Isabelly propõe Moção de Protesto pela aprovação ao regime de urgência ao PL do Estupro
Foto divulgação redes sociais
Moção foi rejeitada por 13 votos a 1; nenhuma vereadora mulher participou da votação mesmo estando presentes na Casa
A vereadora Isabelly Carvalho (PT) protocolou nesta segunda-feira, 17 de junho, Moção de Protesto à Câmara dos Deputados, pela aprovação ao regime de urgência ao Projeto de Lei 1.904/2024. Caso se torne lei, a proposta equipara ao crime de homicídio o aborto após 22 semanas de gestação, mesmo em caso de estupro. Isso significa que a mulher estuprada pode ficar até 20 anos presa, mais tempo que o próprio agressor. A moção foi rejeitada pelos 13 vereadores homens que estavam no Plenário. Além da vereadora Isabelly, que votou favoravelmente, nenhuma outra vereadora mulher participou da votação.
De acordo com a vereadora Isabelly, a votação do regime de urgência, que foi feita em 23 segundos, ocorreu sem o devido debate e sem possibilidade de diálogo com a sociedade. Para ela, as principais afetadas pela proposta são as crianças vítimas de abuso. “Nós sabemos que as crianças são torturadas pelos seus abusadores, que as obrigam a manter a gestação em segredo”, afirma. “É desumano obrigar uma pessoa estuprada a gestar por nove meses o fruto dessa violência absurda”, diz.
Isabelly ainda reitera a importância de conversar com a sociedade sobre a questão. “Os movimentos sociais estão fazendo a parte deles, ocupando as ruas e mostrando para o Congresso Nacional que estamos atentas e atentos para defender os direitos de todas as pessoas que gestam; enquanto vereadora, não posso me calar diante dessa violência que o Parlamento brasileiro está impondo”, frisa.