Ex-chiquitita Renata Del Bianco sobre fim de casamento: ‘Era 100% dependente financeiramente’

Ex-chiquitita Renata Del Bianco sobre fim de casamento: ‘Era 100% dependente financeiramente’

Antes de encontrar OnlyFans como fonte de renda, atriz conta que recebia ajuda dos pais com cesta básica porque estava sem dinheiro para comprar comida para a filha, Aurora, de 4 anos

Renata Del Bianco

Renata Del Bianco, Foto: Ginga Assessoria

Renata Del Bianco, 37 anos de idade, tem investido como produtora de conteúdo sensual soft no OnlyFans, mas isso não fez com que sua prioridade mudasse: a filha. Mãe de Aurora, de 4 anos, a atriz não esconde sua forte ligação com a menina.

Solteira após o fim do casamento com o designer Daniel Simonini, a atriz — que ficou famosa como a órfã Vivi na primeira versão brasileira de Chiquititas, no SBT, emissora em que atualmente integra o elenco do humorístico A Praça é Nossa — afirma que a busca pelo trabalho na plataforma de conteúdo adulto se tornou uma importante fonte de renda.

Renata conta que a decisão de entrar para as plataformas de conteúdo adulto — ela também tem LastLink e grupo de assinantes no Telegram — aconteceu quando se viu em dificuldades financeiras após o fim do casamento. “Tinha um estilo de vida com meu marido que precisei diminuir porque era 100% financeiramente dependente dele. Não tinha como, do dia para noite, me manter sozinha. Estava vivendo com doações, mas não falava. Meus pais me traziam a cesta básica”, conta.

A atriz e criadora de conteúdo havia se casado em abril de 2018. A cerimônia foi exibida meses mais tarde pelo reality Fábrica de Casamentos, do SBT, e contou com a presença de ex-chiquititas. Na ocasião, Renata estava grávida e usou um vestido desenhado pelo noivo.

Antes da separação, a atriz conta ter sofrido violência psicológica e violência patrimonial. “Estou sendo coagida para sair de lá porque a casa é dele. Eu não quero ficar lá, mas não tenho para onde ir”, diz ela, que casou em regime separação total de bens e não ganha pensão. “Como não estou recebendo auxílio, fiquei sem ter para onde ir. Não vou voltar para a casa dos meus pais. Eles são idosos e têm limitações.”

Quem: Você vive uma nova etapa profissional. Ela é reflexo de uma mulher empoderada que não quer ficar à mercê de contratantes?
Renata Del Bianco: 
Tenho a impressão que todo mundo me explorou a vida inteira. Essa é a primeira vez que consegui ganhar dinheiro através de mim mesma, sem depender de ninguém. Meu público que me conhece há anos pode até questionar o motivo para eu estar fazendo isso. Tenho uma filha e uma família — meus bichos fazem parte da minha família. Sou a chefe da família e preciso prover. Estava sem renda aguardando a decisão da Justiça porque, até então, estou sem auxílio algum. Só não tenho como detalhar porque o caso corre em segredo de Justiça.

Está sem pensão?
Sem pensão.

Agora você consegue ter uma fonte de renda? É possível ter ganhos que cubram as suas despesas?
Exato. Posso dizer que agora consigo cobrir minhas despesas e ter uma expectativa de futuro. Eu tinha um estilo de vida com meu marido que precisei diminuir porque era 100% financeiramente dependente dele. Não tinha como, do dia para noite, me manter sozinha. Estava vivendo com doações, mas não falava. Meus pais me traziam a cesta básica. Porém, não quis expor isso.

A maternidade trouxe mudanças para você?
Passei a vida inteira idealizando o dia em que eu estaria casada e tivesse filhos. Imaginava minha vida de casada e tudo mais. Casei, tive filha e aí me questionei: “E aí? Foram felizes para sempre? O que vem depois?”. Percebi que estava deixando de cuidar de mim e era importante ser uma referência boa para a minha filha. Decidi cuidar mais da minha saúde mental e física. Quis me amar mais e me dar mais valor. Essa foi a mudança de chave. Aprendi meu valor.

Renata Del Bianco e a filha, Aurora — Foto: Reprodução/Instagram

Renata Del Bianco e a filha, Aurora — Foto: Reprodução/Instagram

E foi nesse ponto que veio a separação?
Foi nesse processo de descoberta e autoconhecimento. Seguimos caminhos diferentes porque não tínhamos mais o mesmo foco. Só desejo que ele seja feliz. Gente feliz não incomoda.

Você se manteve na casa onde morava?
Sim, fiquei na mesma casa. Como era 100% dependente financeiramente dele e não estou recebendo auxílio, fiquei sem ter para onde ir. Não vou voltar para a casa dos meus pais. Eles são idosos e têm limitações. Não vou mudar de mala e cuia com criança pequena para lá. Vou morar onde a minha filha mora. A casa é dele? Sim. A gente casou com separação total de bens? Sim. A casa continua sendo dele, mas eu não tenho para onde ir sem auxílio. Por isso, comecei a me mexer. Encontrei no OnlyFans a oportunidade de fazer um conteúdo legal. Não devo satisfação a ninguém. A única pessoa a quem devo satisfações é a minha filha. Por mais ética e perfeita que eu tente ser, não estava conseguindo dinheiro para comprar comida para ela.

O desespero veio em algum momento? Seus pais tiveram conhecimento da situação?
Sim, mas meus pais também têm uma situação financeira complicada. Eles não estão em uma situação confortável. Eles são idosos e plano de saúde para idoso é uma fortuna. O custo de vida é complicado para o idoso no Brasil. Meu pai foi empresário a vida inteira. Financeiramente, o que eles têm é o que basta para eles. Não vou entrar como mais uma despesa. Com isso, segui na casa onde morava e tenho uma medida protetiva contra meu ex-marido. Ele não pode entrar na casa, por enquanto. Estou sendo coagida para sair de lá porque a casa é dele. Eu não quero ficar lá, mas não tenho para onde ir. Estou no OnlyFans há um mês. No LastLink, entrei há dois meses. Agora que consigo ter a noção do que é possível faturar por mês e me planejar para o mês seguinte. Até então, não tinha planejamento financeiro.

Procede que conseguiu faturar 20 mil reais por semana?
Esse valor foi real no início, mas ele não perdura porque há uma curiosidade de início. Há uma queda natural. Acredito que seja possível faturar metade desse valor por semana.

Uma quantia que não é de se jogar fora.
É um dinheiro que mantém o estilo de vida que tenho. Sou uma mulher de 37 anos, com uma filha que fará 5 anos [em julho]. Tenho quatro animais. Moro numa casa de 300 metros quadrados e sem funcionária.

Você conta que se tornou dependente financeiramente do seu marido. Quando casaram, você imaginava que precisaria parar de trabalhar?
Nunca me imaginei dependendo de alguém. Sempre achei que fosse conquistar a minha independência com o meu trabalho. Infelizmente, a gente vive em um país em que a mulher não é valorizada no mercado de trabalho. Quando ele começou a ganhar o dinheiro dele, o meu trabalho passou a ser insignificante dentro de casa. Trazia uma quantidade irrisória. Isso me desestabilizou. Trabalhava, trabalhava, trabalhava e não vinha quase nada. Veio a pandemia e segui como veterinária, mas passei a realizar o trabalho domiciliar. Na pandemia, trabalhar com a arte ficou impossível e passei a ficar mais tempo em casa.

Você chegou a sofrer alguma forma de violência?
Violência psicológica e violência patrimonial, sim. Muita.

A violência patrimonial nem sempre é abordada e é um assunto delicado.
Quando você tem uma família — pai, mãe e filha — é para se dedicar. Se não for para se dedicar, acredito que não faça sentido manter. Minha vida é a minha filha. E onde ela está é a minha vida. Talvez para ele não tenha sido igual.

Como a Aurora está?
Ela está bem e eu tenho consciência sobre alienação parental. Por isso, sempre me refiro a ele com muito carinho e respeito para a minha filha. Ele é o pai da Aurora para sempre. A guarda é compartilhada, mas a residência é fixa comigo.

Por Beatriz Bourroul – Revista Quem

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