‘Minhas feridas servem para curar pessoas’ Patrícia Ramos diz que transformou violência doméstica vivida em luta

Em outubro de 2023, Patrícia Ramos tornou público, por meio de advogados, que tinha sito vítima de violência doméstica e patrimonial por parte do seu ex marido, o empresário Diogo Vitório.

Nem mesmo a fama da influencer, que tem mais de 4,5 milhões de seguidores, a livraram da triste estatística que mostra que no Brasil, uma mulher é vítima de violência doméstica a cada quatro horas, segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, de 2023.

Hoje, quase seis meses depois do episódio, e no mês da mulher, Patrícia contou ao gshow como conseguiu ressignificar tudo o que viveu: com luta.

“Falar sobre o assunto foi libertador porque enxergo que as minhas feridas servem para curar pessoas através do meu relato. Muitas mulheres compartilharam comigo que se encorajaram em denunciar e de irem atrás dos seus direitos. Eu fico muito feliz por isso e seguimos na luta”, diz.

Em novembro, quando foi ao Encontro com Patricia Poeta, a influencer disse que acusou Diogo pelos crimes de “estelionato sentimental, violência doméstica nas formas física, moral, psicológica e patrimonial, estelionato com falsidade ideológica, furto mediante fraude e perseguição”.

Ela contou ainda que teve medo de sofrer algo pior durante as violências que sofreu e que até hoje, mantém o sentimento.

“Eu sou uma mulher que mora sozinha, sou livre, ando para lá e para cá sozinha nos lugares, então sempre rola (o medo)”.

“Do lado de lá, a pessoa não tem mais nada a perder, então eu já tive muito medo, medo esse que já me trancou dentro de casa várias vezes. Mas hoje eu entendo que existem pessoas por mim, na Justiça e que o meu caso está sendo muito bem-cuidado pela minha advogada. Então eu não deixo esse medo me paralisar, mesmo porque, eu sou mais jovem de 24 anos, eu preciso viver e posso ser refém disso”, diz.

O duro aprendizado de sua experiência, ela tenta colocar a serviço de outras mulheres, influenciando também na libertação de outras mulheres.

“Quando tudo aconteceu, eu tive duas opções: me omitir, deixar a mídia falar sobre, deixar os veículos de comunicação me ligarem e simplesmente não me posicionar. Ou falar sobre e colocar a minha cara na mídia para falar sobre e ajudar outras mulheres”, diz.

“Optei pela segunda opção e hoje fico orgulhosa de ver as mulheres saindo de relacionamentos abusivos, identificando comportamentos tóxicos vindo dos seus cônjuges, ex-cônjuges, e tendo coragem de denunciar, tendo coragem de sair desses relacionamentos”, conta.

Patrícia Ramos pede ainda que mulheres que sofrem algum tipo de violência não hesitem em denunciar e que acreditem na mudança. “Sei que é duro falar disso, porque nós (mulheres) temos a tendência a achar que a gente vai dar conta de tudo, inclusive da mudança de um ser humano, se tratando de um homem ainda”.

“Eu sou prova viva disso, não muda… Então disque 180, denúncia, existem vários tipos de violência, não só a física, mas a patrimonial, a sentimental, existem vários tipos de manipulação”, alerta.

• 190 – Polícia Militar
• 180 – Central de Atendimento à Mulher (para fazer denúncias e pedir orientações)
• 100 – Disque Direitos Humanos (para pedir ajuda ou informações sobre redes de apoio e acolhimento) ou disquedireitoshumanos@sdh.gov.br
• DEAM – Delegacia de Atendimento à Mulher
• NUDEM – Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres
• Centros de acolhimento público disponíveis na cidade