Polícia diz trabalhar com hipótese de adoção ilegal e identifica três suspeitos de participar de sequestro de menina em SP

Polícia diz trabalhar com hipótese de adoção ilegal e identifica três suspeitos de participar de sequestro de menina em SP

Polícia diz trabalhar com hipótese de adoção ilegal e identifica três suspeitos de participar de sequestro de menina em SP

Segundo delegado responsável pelo caso, uma das mulheres usava nome falso. Marido dela e uma outra mulher são procurados. Criança foi levada na sexta de rua da Zona Sul e, após repercussão do caso, deixada em cidade da Grande SP. Comerciante a reconheceu e acionou a polícia

A Polícia Civil identificou três pessoas suspeitas de participar do sequestro da menina Isabela, de dois anos.

A criança foi levada da mãe na sexta-feira (30), em uma rua de Santo Amaro, na Zona Sul da capital, e reencontrada em um comércio em Santo André na noite de segunda (3).

De acordo com o delegado Marcel Druziani, um casal e mais uma mulher teriam participado do crime. A polícia realizou ações nos endereços dos suspeitos, mas eles ainda não foram localizados.

“Com o avançar das investigações, foi possível qualificar a principal suspeita e seu marido, identificamos que ela era dona de um comercio em Santo Amaro, realizamos diligências no local e nas antigas residências dela. Não foi possível encontrá-la, até porque com a comoção que já estava na mídia em São Paulo, ela já tinha fugido dos locais que tínhamos ciência até então.”

A principal suspeita se apresentava como Sandra, nome falso usado para se aproximar da mãe da menina.

“Era um instrumento utilizado pela autora para ludibriar a própria vítima. Já há a real qualificação dela e do companheiro”, disse o delegado Deglayr Barcellos, que também investiga o caso.

A polícia acredita que os três tentaram adotar a criança de forma irregular.

“Tudo leva a crer que seria pra adoção, talvez, muito nos leva a crer isso. É um casal e mais uma pessoa que ajudou. Essa outra mulher estava no banco de trás do carro e foi quem recepcionou a criança no banco caseiro”.

Ainda de acordo com o delegado, pelo histórico de todas das investigações, Sandra, a principal suspeita, chegou a fazer propostas para ficar com a criança.

“Ela sempre demonstrou à mãe da menina, a senhora Evanizia, sempre demonstrou que tinha interesse de ficar com a menina, queria ficar, pediu a menina várias vezes e chegou até a oferecer pequenas vantagens econômicas.”

Criança deixada em comércio

O comerciante Sidnei Miranda Barbosa foi um dos responsáveis por acionar a polícia e ajudar a localizar a menina Isabela, que estava desaparecida deste sexta

O delegado acredita que a criança foi deixada propositalmente distante do endereço de onde foi levada porque já sabia que estava sendo procurada.

“Por isso que ela chegou e abandonou a criança num local mais distante, ela já tinha as informações que estávamos chegando nela e iriamos chegar ontem, tanto é que era 21h e a família estava na delegacia, a gente tinha certeza que a gente ia recuperar.”

Em entrevista à TV Globo, ele contou que a criança foi deixada em seu estabelecimento por um homem, por volta das 19h desta segunda (3).

“Em torno de umas 19h20, um rapaz falou que encontrou a criança na rua e tinha passado em um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) lá próximo de casa e falou que estava fechado e ele resolveu deixar lá a criança porque ele ia trabalhar. E ele acabou deixando lá, eu entrei em contato com a polícia, a Carol, que estava chegando do trabalho na hora, eu chamei ela pra ela me ajudar nisso daí porque eu estava sozinho.”

Ele conta que depois que o rapaz saiu do local, ficou olhando para a menina e lembrou do que tinha visto no noticiário.

O comerciante conta ainda que não conhecia o homem que levou a criança. Ele apenas fez o relato e disse que precisava ir trabalhar.

“Nunca tinha visto ele. Ele estava com um traje que ele ia trabalhar, com roupa que ele estava indo trabalhar de segurança, pelo jeito que ele estava, jaqueta, bonezinho. E ele falou ‘eu não posso ficar porque eu vou ter que trabalhar, senão eu vou chegar atrasado’. Eu falei ‘tudo bem, você pode ir então que eu me viro por aqui’

A vizinha, a veterinária Carolina de Souza Martins, conta emocionada como ajudou a acolher a criança.

“Eu estendi os braços pra ela, ela veio, eu conversei com ela, mas ela não responde porque ela tem dois anos, ela não sabe falar, e falei pra ele ‘eu vou levar ela pra minha casa’ porque estava frio e a roupa dela estava curta.”

“Eu tenho um filho de 3 anos, levei ela pra dentro de casa, troquei a roupa dela, acionei a minha mãe, que é GCM de Santo André, e falei: ‘mãe, eu preciso de um apoio’, enquanto isso troquei ela, dei de comer, uma bolacha, uma fruta, e fiquei aguardando. Foi questão de cinco minutos, a guarda já estava lá e aí nós fomos encaminhados”.

Histórico

 

A menina era procurada desde sexta-feira (30), quando desapareceu após ser levada em um carro.

Ela foi encontrada na noite desta segunda (3) em Santo André. O caso foi registrado como encontro de pessoa pelo 6°DP Santo André e segue em investigação pelo 11°DP (Santo Amaro).

O delegado ja havia informado que a principal suspeita tinha se aproximado da mãe da menina com interesses duvidosos.

“A família veio da Bahia há cinco meses. A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E, muito amável, foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, disse Druziani.

Na sexta-feira (30), as duas tinham combinado de se encontrar. Segundo o delegado, Sandra ficou brincando com a criança no colo e um menino de 8 anos, irmão da menina.

A mãe teria atravessado a rua para comprar cigarros e, quando voltou, Isabela tinha desaparecido.

“O menino presenciou e disse que Sandra colocou a criança no carro. Dentro do carro prata havia outra mulher e um senhor careca.”

A denúncia

 

Em um primeiro momento, quando registrou o boletim de ocorrência, ela disse que estava vendendo balas em um farol quando parou numa esquina, debaixo de uma árvore, para vestir uma blusa na filha por conta do frio. Segundo um dos familiares, um carro estacionou.

“Eles entraram num bar, pegaram uma latinha de cerveja e na volta para o carro cataram a menina. A mãe puxou a criança, mas um outro homem puxou uma arma enquanto outro pegou a menina e entregou para uma mulher que estava no carro.”

Segundo o delegado, ela afirmou que “estava nervosa e não sabia o que falar”. “Nunca se descarta nada até o fim da investigação. A Sandra teria oferecido dinheiro para que a mãe desse a criança, mas a mãe nunca aceitou.”

Erlandia disse, na ocasião, que a irmã estava tão nervosa que “não fala com coisa”.

Fonte: G1

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