Recorde de Lucro dos Bancos: São R$ 144 Bilhões em 2023, Conforme Revela o Banco Central

Recorde de Lucro dos Bancos: São R$ 144 Bilhões em 2023, Conforme Revela o Banco Central

Santander, Itaú e Bradesco na disputa contra a concorrência dos bancos digitais — Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo/Arquivo; Itaci Batista/Estadão Conteúdo/Arquivo

Santander, Itaú e Bradesco na disputa contra a concorrência dos bancos digitais — Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo/Arquivo; Itaci Batista/Estadão Conteúdo/Arquivo

O Banco Central anunciou um novo recorde no lucro líquido dos bancos brasileiros, atingindo a marca de R$ 144,2 bilhões em 2023. Esse número representa um aumento significativo em relação aos R$ 139 bilhões registrados em 2022, marcando uma tendência ascendente nos resultados financeiros do setor.

O incremento no lucro das instituições financeiras aconteceu em um contexto peculiar, com a taxa básica de juros da economia brasileira mantida em um patamar elevado durante boa parte do ano. Fixada em 13,75% ao ano até meados de junho de 2023, a taxa Selic se destacava como uma das mais altas internacionalmente, impactando diretamente o cenário financeiro nacional.

A redução da taxa Selic começou apenas em agosto de 2023, terminando o ano em 11,75% ao ano, embora ainda mantendo um nível considerável em comparação com padrões internacionais. Esse contexto influiu diretamente no retorno do crédito, que aumentou ao longo de 2023, impulsionado pelo peso das safras recentes nas receitas de crédito contratadas a taxas mais elevadas.

O Banco Central enfatizou que, apesar do aumento do custo de captação no período, houve uma redução no quarto trimestre, decorrente da diminuição da taxa Selic. A discussão em torno do patamar da taxa básica de juros tem sido frequente, com críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O “racha” observado no Comitê de Política Monetária (Copom) durante a última reunião em maio, evidenciou a divisão entre os diretores do Banco Central sobre o ritmo de corte da taxa de juros, refletindo um clima de incerteza nos mercados financeiros. A decisão de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano, revelou uma tensão entre os membros do Copom, com possíveis repercussões para o futuro da política monetária.

O aumento da margem bruta de lucro das instituições financeiras, segundo o Banco Central, tende a continuar à medida que os efeitos da queda da taxa Selic persistirem, reduzindo o custo de captação de forma mais rápida que o retorno do crédito. Esse cenário desencadeia debates sobre a influência da política econômica na dinâmica financeira do país e suas implicações para o crescimento e estabilidade econômica a longo prazo.

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