SP ganha parque de 340 mil m² de Mata Atlântica a 30 km da capital; rinocerontes, aves e urso dividem a área com brinquedos

SP ganha parque de 340 mil m² de Mata Atlântica a 30 km da capital; rinocerontes, aves e urso dividem a área com brinquedos

Um urso preguiçoso rola pela cama de palha, encara as pessoas atrás do vidro, e desinteressado volta a mastigar. Mais à frente, três suricatos. Pouco adiante, cangurus e camelos tomam sol em pontos estratégicos. Em um espaço grande, um rinoceronte caminha pacientemente em direção à comida.

A partir do dia 7, por R$ 150, as pessoas poderão conhecer esses animais e muitos outros no Animália Park, uma área de 339.300 mil metros quadrados de Mata Atlântica (três vezes maior do que estádio do Morumbi), em Cotia, a cerca de 30 km da capital.

O parque recuperou 90 mil metros e manteve 28% da mata original, que pode ser visitada em um percurso do zoológico, ou de cima, pelo teleférico, que cruza o parque.

O parque é dividido em duas partes: uma é o zoológico, onde ficam os animais, e a outra é o parque de diversões com 17 brinquedos em uma área coberta. Depois, o parque promete inaugurar, ainda neste ano, uma área livre com mais 24 brinquedos, incluindo montanha-russa.

Além da fauna brasileira, bem representada pelo lobo-guará, onça-pintada e ariranhas, o zoo tem figuras internacionais que chamam atenção pelo carisma e história como é o caso urso-de-óculos e dos rinocerontes-indianos que chegaram ao Brasil por um programa de preservação por correrem risco de extinção.

Os dois rinocerontes, Bys e Kiran, vieram do Zoo Du Bassin, um zoológico na França, e se tornaram os únicos da espécie indiana no Brasil. Bys nasceu no Zoo de Varsóvia, na Polônia e Kiran no Zoo de Bassel, na Suíça. Eles estão em situação “vulnerável”, uma classificação antes de “em perigo” de extinção na lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

Os dois chegaram há cerca de uma ano pelo Programa Europeu de Conservação, que segue as diretrizes dos EEP’s (European Endangered Species Programme), foram adaptados e condicionados para se adequarem ao clima brasileiro.

Outro animal carismático é o Davi, o urso-de-óculos de cinco anos que foi pego em um momento de preguiça ao meio-dia pela equipe do g1. Ele deita e rola na cama de palha, mastiga um graveto e fica completamente relaxado.

Davi é uma espécie originária da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, e tornou-se vulnerável à extinção devido à caça e destruição do habitat. Ele chegou a São Paulo por meio de uma parceria internacional com a Associação Latino Americana (ALPZA). Davi ainda está sozinho, à espera de uma parceira. Geralmente a espécie torna-se sexualmente madura de 2,5 a 6 anos de idade e vivem de 15 a 30 anos na natureza.

O habitat do urso tem características e decorações baseadas na estética inca, dos povos pré-colombianos, com desenhos de rostos e símbolos entalhados em pedras. O habitat do urso-de-óculos não é o único com decoração especial. O zoo é separado por áreas com animais oriundos da mesma região e habitats com uma estética inspirada de onde eles vieram, como por exemplo, os rinocerontes e as zebras ficam na área chamada “savanna”, inspirada no continente africano.

Os visitantes só podem encostar nos animais no aviário, que é um dos maiores do mundo.

São dois aviários, um com aves como arara-canindé, papagaios, além de mamíferos como antas e outras aves mais comuns . O outro espaço abriga aves raras, como os flamingos.

Também é possível interagir com a girafa. Os visitantes podem estender uma vara e brincar com Bin.

Ela é o animal que mais come no zoológico. Mais até do que os carnívoros leões, hipopótamos e rinocerontes. Em média, são ofertados 70 kg de alimentos por dia para Bin, divididos entre folhas, ração para herbívoros selvagens, legumes e suplementação mineral e vitamínica.

“Os animais mais velhos são a hipopótamo Samanta, com 32 anos, uma das três que vivem no zoo. A expectativa de vida para hipopótamos e até 60 anos. Outro animal que já viveu mais do que a expectativa e está junto com a Samanta, sendo os dois mais velhos do zoo, é a fêmea de macaco-aranha-de-cara-vermelha, a Michele que também tem 32 anos”, diz a bióloga Regiane Paiva, responsável pelos animais no Animália.

“A expectativa de vida para esses macacos é de 27 anos, mas animais em cativeiro tendem a ter uma via mais longa pois não encontram as mesmas adversidades que estão presentes na vida livre e vivem sob os cuidados de médicos veterinários, zootecnistas e biólogos”, completa.

Durante todo o percurso, exceto pelos aviários, há música ambiente pop tocando Taylor Swift e Justin Bieber, por exemplo, enquanto o público passeia pelas passarelas de madeira que são cobertas em todos os lugares e fazem o percurso pelo zoo.

Se aproximando do final da trilha, depois de onde estão as plantas carnívoras e o aviário de aves raras, o visitante entra na Mata Atlântica ficou intocada é possível notar a diferença na temperatura, que fica mais fresca, no cheiro mais agradável e leve de verde e dos sons que ficam mais concentrados e apurados, é como sair do parque e fazer uma trilha pela floresta, mesmo que pequena.

Principais animais nacionais

 

O famoso Lobo-Guará que ilustra a nota de R$ 200, pouco vista hoje em dia, está no parque, solitário com longas pernas. O animal está em nível “vulnerável” de extinção, posição entre “pouco ameaçado” e “em perigo” de extinção.

No zoo também há duas onças-pintadas brasileiras. Uma é visivelmente pintada e a outra pode facilmente ser confundida com uma pantera, por ser completamente preta, mas no sol pode-se ver as pintas mais escuras. A espécie existe em quase todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa gaúcho.

As onças-pintadas são solitárias e só interagem com outros indivíduos da espécie durante a época de acasalamento, que começa, para as fêmeas aos dois anos e para os machos aos três.

Parque de diversão

Além de passear no zoológico, o visitante pode ir ao parque de diversões com o mesmo ingresso. Em um espaço coberto, há uma pequena roda-gigante, um carrossel e um labirinto.

A área externa ainda não está pronta, até agora há apenas o teleférico, que é cobrado à parte (R$ 25). A previsão é de que a área conte com uma montanha-russa com bancos giratórios, a única do Brasil.

O Animália Park conta com várias lanchonetes e cafés.

Transporte

 

Só é possível chegar ao Animália Park de ônibus ou carro. Até agora, não há tarifa social ou programas para possibilitar a visita de pessoas com baixa tenda. A ideia, segundo o vice-governador, Felício Ramuth e o dono do parque, Anael Fahel, é a de que escolas de todo o estado possam visitar o parque, mas ainda não há previsão para o início da parceria.

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