Superliga feminina: soberano no século, quarteto dá início às semifinais
Nos últimos 22 anos, apenas Minas, Sesc-Flamengo – sob outros nomes -, Osasco e Praia Clube levantaram o troféu da competição. Times iniciam busca por um lugar na final nesta sexta. -Por João Gabriel Rodrigues — Rio de Janeiro – GE
Superliga Feminina chega às semifinais — Foto: Infografia
A Superliga feminina 22/23 chega às semifinais no auge do equilíbrio. Os duelos, porém, também confirmam um domínio de mais de 20 anos na maior competição nacional. Líder da fase de classificação, o Praia Clube recebe o Sesc-Flamengo às 18h30 desta sexta-feira. No outro jogo, Osasco encara o Minas, em casa, às 21h. Os números podem até apontar um certo favoritismo para um lado ou para o outro. Mas também escancaram a soberania do quarteto no cenário nacional neste século. Desde 2001/2002, um dos quatro sempre ficou com o título.
Os times abrem a série semifinal nesta sexta-feira em melhor de três jogos. Todas as partidas terão transmissão do sportv2 e cobertura em tempo real do ge. Confira a tabela completa no fim
Aqui cabe uma ressalva. São 22 anos de domínio, mas poderia ser mais se pensássemos apenas na camisa. O último time fora do quarteto a colocar as mãos no título foi o Flamengo, na temporada de 2000/2001. Mas, ainda que o Rubro-Negro dê cores e nome a um dos semifinalistas de hoje, o projeto era outro naquele início de século.
Àquela altura, o time de Bernardinho tinha sede no Paraná. Mudou-se para o Rio pouco depois e se firmou como maior campeão da história da Superliga, com 12 títulos, sendo 10 neste intervalo. A parceria com o Flamengo começou em 2020, mas ainda está na fila para voltar ao topo – o último troféu foi na temporada 20/16/2017.
Osasco foi o grande rival do Rio de Janeiro na maior parte do tempo. O time de São Paulo soma cinco títulos durante o período. O Minas, que deu início à soberania do quarteto com o título em 2001/2002, é o atual tricampeão. Caçula do grupo, o Praia aumentou o investimento ao longo dos anos e se firmou como uma das potências do vôlei nacional. Tanto que chega com o favoritismo ao seu lado depois da liderança na fase de classificação.
Confrontos entre Rio de Janeiro e Osasco marcaram época — Foto: João Pires / Fotojump
– São projetos sólidos, especialmente Minas, Osasco e a própria equipe do Rio. São times que estão aí há bastante tempo e, que de um modo geral, têm um investimento maior que o dos outros. E o Praia, desde que chegou, é uma potência absurda. Haja vista o investimento que eles fazem – disse Fabi, bicampeã olímpica e comentarista do sportv.
Durante todo esse tempo, apenas um time fora do quarteto chegou à final. Na temporada 2013/2014, o Sesi-SP conseguiu a vaga na decisão, mas perdeu a disputa para o Rio de Janeiro de Bernardinho.
– São times habituados a chegar, times bem tradicionais. É uma história contada por essas quatro equipes. Ao longo desses mais de 20 anos, conseguem chegar com consistência.
Minas e Praia protagonizaram as últimas finais de Superliga — Foto: Nadine Oliver/Inovafoto/CBV
Análise dos confrontos:
Praia Clube x Sesc-Flamengo
Fabi: “São times que já decidiram Superliga e se encontraram ao longo da temporada. O Praia, na Superliga, teve apenas duas derrotas, e uma delas foi para o Sesc-Flamengo. Tem o favoritismo do Praia, foi o time mais regular da temporada, conseguiu a classificação de forma antecipada. Então, Paulinho (Coco, técnico do time) pôde testar algumas variações no elenco. Ele está jogando com a Anna como oposta, mas tem a Tainara no banco. É um time que só mexeu uma peça em relação à última temporada. Tem a questão do conjunto e a versatilidade. É um elenco muito recheado, com o maior investimento da competição”.
“O Sesc-Flamengo, com o crescimento da Sabrina, na reta final, ajudando muito o time, apesar de a Bruna (Honório) ter entrado muito bem. A Sabrina vem dividindo o protagonismo com a Roni, que saca muito bem. É uma temporada muito consistente da própria Michele. E da Brie King, levantadora, que foi uma aposta muito interessante, se adaptando bem ao jogo no Brasil. É um duelo no qual eu acredito que o Praia tem um certo favoritismo pela campanha que fez, mas tem tudo para ser uma série dura. É um momento de tensão porque define uma temporada. O Praia vai tentar seguir nessa sequência. Tem a possibilidade de uma quinta final seguida. É um time que se habituou. E o Sesc-Flamengo não joga uma final desde 2017/2018”.
Minas x Osasco
Fabi: “Os dois times oscilaram um pouco na competição. Osasco fez um primeiro turno muito bom, sofreu um pouco mais no segundo com a baixa da Glayce (lesionada), que vinha fazendo uma temporada muito boa. Então precisou alterar um pouco. Minas a mesma coisa. Demorou a engrenar”.
“Acho que vai ser um duelo interessante. Nos dois confrontos que tiveram na temporada, Osasco venceu os dois. Mas, nesse momento da competição, é um confronto que está bem aberto. São dois times que se conhecem muito bem. Duas camisas tradicionais demais no nosso vôlei. É um confronto muito interessante”
O que elas dizem:
Claudinha, Praia Clube
– É o momento que a gente mais gosta, que a gente se prepara durante a temporada inteira. Eu estou aqui no Praia há alguns anos e, durante esses anos, a gente sempre chega nessa fase. Os treinamentos estão sendo intensos, aqueles ajustes finais que são necessários sempre. Mas são as melhores expectativas. É tentar realmente criar um clima muito bom, que a gente sabe que essa fase só vale a vitória. Todo detalhe vai fazer muita diferença e é colocar o coração, a alma e se jogar, porque cada jogo já está valendo uma final.
Valquíria, Flamengo
– O primeiro ponto é importante dizer é que são duas grandes equipes, que conquistaram essa vaga na semifinal. Então eu acredito que vai serão jogos tensos, mas eu acho que com boas apresentações. Acho que será um espetáculo do voleibol. Talvez o jogo mais esperado fosse ser esse. Então acredito que vai ser um jogo difícil, mas um espetáculo, sem dúvidas.
Fabiana, do Osasco
– Eu acho que a equipe tem trabalhado bastante, desde o início da temporada, desde o ano passado, para a gente poder chegar nesse momento. Obviamente a gente sabe que não vai ser fácil. A gente sabe que vai ser uma semifinal bem difícil, bem acirrada, apertada. Eu já espero esses três jogos, porque a equipe do Minas é uma equipe forte, uma equipe que vem crescendo também. Acredito que igual a gente, então a gente espera que seja uma partida bem difícil aí. Mas a gente está bem focado. Estamos bem confiantes, acreditando que a gente possa dar um passo à frente no nosso objetivo e o sonho que é estar jogando mais uma final.
Nyeme, do Minas
“Minha expectativa para a semifinal é que a gente jogue o que a gente tem treinado. A gente tem feito uma semana de treinos muito bons. Então, eu espero que a gente coloque tudo em prática, porque, com certeza, a gente colocando em prática, a gente vai dar o nosso melhor”.
Confira a tabela completa:
21 de abril (sexta-feira)
Praia Clube x Flamengo, às 18h30, na Arena Praia, em Uberlândia
Osasco x Minas, às 21h, no José Liberatti, em Osasco
25 de abril (terça-feira)
Flamengo x Praia Clube, às 18h30, no Tijuca, no Rio de Janeiro
Minas x Osasco, às 21h, na Arena Minas, em Belo Horizonte
28 de abril (sexta-feira)
Praia Clube x Flamengo, às 18h30, na Arena Praia, em Uberlândia *
Osasco x Minas, às 21h, no José Liberatti, em Osasco *
* Se tiver necessidade do terceiro jogo
