Estudo revela que 50% dos professores no Brasil já sofreram alguma violência e em cada 8 pelo menos 1 abandona a profissão
Um estudo realizado pelo Sindicado das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp) revelou uma realidade alarmante: cerca da metade dos professores no Brasil já sofreu algum tipo de violência. Além disso, o estudo apontou que oito em cada dez docentes já cogitaram abandonar a profissão.
Os dados da pesquisa, realizada tanto na rede pública quanto na rede privada de ensino, são preocupantes. Kátia Sartori, uma professora que foi agredida por um aluno em Campinas, no interior de São Paulo, cinco anos atrás, compartilhou sua experiência marcante. Ela descreveu o incidente em que foi empurrada por um aluno irritado, destacando a gravidade das agressões sofridas.
De acordo com Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, as agressões verbais são comuns, mas casos de violência física também foram relatados, muitas vezes desencadeados por situações como chamar a atenção dos alunos ou atribuir notas baixas.
Além disso, a pesquisa revelou que 95% dos entrevistados notaram um aumento do desinteresse dos alunos pelo aprendizado, o que pode contribuir para uma possível escassez de professores no futuro. Capelato alertou que, até 2040, poderá haver uma falta de aproximadamente 240 mil professores na educação básica devido ao desinteresse.
Kátia ressaltou a influência desses problemas na ansiedade dos alunos e na perda da perspectiva em relação ao futuro. Ela destacou a importância de restabelecer a relação e o significado do aprendizado na escola.
O estudo destaca a urgência de medidas para enfrentar a violência contra os professores e promover um ambiente escolar seguro e propício ao ensino e à aprendizagem.
