Negligência: Parte da Tragédia no Rio Grande do Sul é Atribuída à Ação Humana

Negligência: Parte da Tragédia no Rio Grande do Sul é Atribuída à Ação Humana

O QUE A TRAGÉDIA DO RIO GRANDE DO SUL NOS REVELA? A OPINIÃO DE QUEM CONHECE  DO ASSUNTO E FOI CALADO PELO POLÍTICOS NO PODER DE PLANTÃO PARA NÃO FAZER O  ÓBVIO,

A recente tragédia que atingiu 446 municípios gaúchos, causando destruição e sofrimento, tem raízes profundas em ações humanas, conforme apontado pelo professor Roberto Reis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS.

Em declarações feitas na quarta-feira (15), Reis enfatizou que a ocupação inadequada de áreas de alagamento e a negligência na manutenção de infraestruturas, como diques de contenção e barreiras anti-alagamento, são fatores cruciais para a dimensão da tragédia. Ele ressaltou que as obras realizadas nas décadas de 1970 nunca receberam a devida manutenção, contribuindo significativamente para a gravidade dos eventos recentes.

Porto Alegre, como destacou o professor, é uma área naturalmente propensa a alagamentos, dada sua localização próxima ao Lago Guaíba e à confluência de rios. No entanto, a construção humana em áreas sujeitas a inundações periódicas agrava a situação. Reis ressaltou que, embora seja inevitável que haja cheias, é possível minimizar o impacto desses eventos por meio de infraestruturas adequadas e sua manutenção eficiente.

A man helps cleaning a house partially destroyed after floods in Mucum, Rio Grande do Sul state, Brazil May 11, 2024. REUTERS/Adriano Machado

Para evitar futuras tragédias, Reis enfatizou a importância da manutenção e reconstrução adequadas de diques e barragens nos rios do estado. Ele citou a inundação ocorrida em setembro do ano anterior como um alerta, destacando a necessidade de ações imediatas para evitar danos ainda maiores.

O professor também abordou a questão das mudanças climáticas, observando que as chuvas extremas são um fenômeno natural, porém, a intensificação desses eventos pode ser atribuída à ação humana, particularmente ao aumento do dióxido de carbono na atmosfera.

Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, complementou a análise, destacando o papel do volume excepcional de chuvas na atual crise. Ele explicou como o escoamento lento das águas nas planícies contribui para a prolongada duração da inundação.

Embora a situação seja desafiadora, Paiva destacou que as áreas de várzea atuam como reservatórios naturais, atenuando as cheias e mitigando danos ainda maiores. No entanto, ele alertou para a necessidade de medidas preventivas e adaptações frente às mudanças climáticas para proteger as comunidades afetadas.

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