Neymar de volta? Nova Vila Belmiro, o que pensa Marcelo Teixeira, candidato à presidência do Santos: Reformulação no elenco e “trem nos trilhos”

Neymar de volta? Nova Vila Belmiro, o que pensa Marcelo Teixeira, candidato à presidência do Santos: Reformulação no elenco e “trem nos trilhos”

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Rodrigo Matuck – Gazeta Esportiva – São Paulo, SP

Um dos pontos que mais incomoda o ex-mandatário atualmente é a quantidade de jogadores no elenco. Na sua visão, esse número precisa ser reduzido. Consequentemente, ele busca diminuir a folha salarial do Peixe.

“Em primeiro lugar é você estruturar o departamento, identificar os profissionais e ter uma competência nesse esquema para cada um atue dentro das suas funções, tarefas e objetivos claros, com prazos. Temos o Campeonato Paulista logo em seguida. Há um período de transição. Espero que o presidente eleito tenha condições de adotar algumas medidas já imediatas. Você tem contratos, que devem ser respeitados, mas você tem que ter criatividade. Hoje tem 50 jogadores no elenco, é inadmissível um número tão alto. A folha salarial está fora dos padrões. É preciso ter eficiência de avaliar o mercado, pegar esses atletas sem desvalorizar e usar como moeda de troca. É reduzir a quantidade para ter qualidade”, disse.

“O Santos contratou recentemente o Morelos, que ganha R$ 900 mil. Tem jogadores que ganham seus R$ 400 ou R$ 500 mil. Ou então, quatro ou cinco deles que ganhem cerca de R$ 200 mil. Ao invés de ter optado ao longo desses três anos por contratar três ou quatro por esses valores, você contrata o Gabigol, por exemplo, que ganha R$ 1 milhão. Mas você sabe que é o Gabriel, você vai colocar no time e vai dar soluções”, contou.

“O Santos pode ter essa criatividade, apesar de saber que o jogador sempre priorizará clubes que estarão disputando Copa do Brasil, Libertadores…Essa é a realidade. Os jogadores querem jogar para estarem expostos. Existem entraves, mas vou buscar soluções. Precisamos da mínima possibilidade d e ter um time competitivo já no Campeonato Paulista”, completou.

O candidato ainda falou sobre a chance de transformar o Santos em SAF. O empresário afirmou ser favorável aos clubes-empresas, mas aposta na capacidade do Peixe de se reformular sem utilizar esta via.

“Eu sou a favor da SAF, do clube empresa. No Brasil há um equívoco ou uma confusões entre os torcedores, que pensam que as SAFs foram feitas com apenas clubes que estão na segunda divisão, com graves problemas financeiros. Existem clubes-empresas de sucesso, como do Bragantino, mas outras que não deram tanto certo. O Santos, mais do que uma SAF ou clube-empresa, precisa de uma gestão. O Santos tem a sua marca hoje afetada, nitidamente em processo de baixa. Sabemos da realidade. Mas o Santos tem condições de fazer um trabalho de reposicionamento, de recolocação da marca e do time no mercado do futebol brasileiro e mundial. Com essa reposição, aí sim o quadro associativo falará se deve virar SAF”, disse.

“Você tem um nível de equilíbrio no futebol brasileiro onde quase 14 clubes são favoritos pelo título. Lógico que tem alguns acima, mas o futebol brasileiro está tão nivelado que não podemos dizer se tem favoritos ou não. O que é necessário, então? Fazer uma administração. É isso que eu proponho. Não quero mudar já para a SAF. Acho que o Santos, sem fins lucrativos, vai mostrar que tem condições, através de uma gestão profissional e uma austeridade financeira, a voltar a ser forte e com condições de competir de igual para igual. Vou colocar o trem nos trilhos. Esse trem está patinando bastante, vou fincá-lo no trilho”, finalizou.

O empresário busca voltar ao cargo de presidente do Santos após cumprir dois mandatos entre 1991 e 1993 e posteriormente de 2000 a 2009. Durante suas gestões, o Peixe conquistou 12 títulos no profissional, somando masculino e feminino, com destaque para o Campeonato Brasileiro de 2002 e 2004 e a Libertadores feminina de 2009.

A eleição para escolher o novo presidente do Santos acontece no dia 9 de dezembro, de forma híbrida, com os sócios podendo votar remotamente ou presencialmente.

Marcelo Teixeira tem como concorrentes Ricardo Agostinho, Wladimir Mattos, Rodrigo Marino e Maurício Maruca.

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Planos de gestão
“Eu tenho cinco pilares fundamentais na minha gestão: futebol de base, revelação; futebol profissional, uma equipe competitiva; futebol feminino, de novo as Sereias revelando e disputando títulos, o Santos não pode ser pioneiro e não disputar as principais competições; patrimônio, exatamente a nova Arena, vou tirar ela do papel, já estou em contato com a WTorre e pretendo firmar um contrato definitivo para que o Santos tenha definitivamente uma arena; e a marca, temos possibilidade de influências, utilizar bem as questões de redes sociais, o Santos não explora positivamente a marca, a Santos TV e os streamings, nada. O Santos precisa ter uma visão profissional no sentido de buscar, através da internet, a possibilidade de alavancar a marca. Precisamos melhorar as franquias do Santos também. Isso tudo alavanca a receita, melhora o resultado financeiro e, principalmente, busca parceiros investidores”

Principais erros do Santos atualmente
“Eu saí em 2009, quando o Santos tinha o melhor centro de treinamento profissional. Diversos presidentes iam visitar o nosso CT. Mas nós paramos. Outros clubes, que não possuíam essa estrutura, já têm melhores que a nossa. Deixei um legado, naquela oportunidade, de R$ 1 bilhão de ativos. O Santos foi vice-campeão paulista, revelando Neymar, Ganso, Alan Patrick, Rafael, Danilo…tínhamos um time, uma carcaça que imediatamente nos deu títulos. Isso representa a continuidade de trabalho, a permanência de talentos, a revelação que tínhamos em qualidade. O Santos perdeu tudo isso”

“Poderíamos ter boas arrecadações, mas por falhas, problemas e má gestão, vendemos mal esses jogadores e propusemos mal. Passamos a cobrir buracos de déficits inerentes a essas próprias gestões. Isso é inadmissível. Foram gestões que deram prejuízos, não apenas técnicos, como também no investimento. Permanecemos em 2009 com o mesmo prego que deixamos no quadro. Temos que mudar, atrair investidores. Temos produtos a oferecer. Precisamos elevar a receita do Santos e, ao mesmo tempo, a estrutura. São ações fundamentais, de correções de rumo”

Novo estádio

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“O projeto foi mudado. Mas eu tenho que entender que pós pandemia houve um aumento de custo. Mas independente de custo e valores, existe um compromisso com a WTorre, existe um vínculo e uma obrigação de ambas as partes que precisa ser colocado no papel. Agora de uma forma definitiva, com o projeto agregado a isso e que atenda os desejos do Santos. Está previsto para 30 mil torcedores. Pretendemos ter uma área voltada ao público mais popular, que frequenta o estádio. Sabemos que há um público cativo que deve receber uma atenção especial”

Jogos em São Paulo
“O Santos vai jogar em todo lugar do Brasil. O Santos, onde estiver torcida, arenas multiusos, estádios com grande massa de torcedores, estará lá. ABC, Campinas, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Brasília, por exemplo. Nas nossas gestões, o Santos saia da Vila e ia jogar ao encontro do nosso torcedor. Você fideliza esse torcedor e aumenta a sua capacidade de público. São planos que o Santos precisa ter para aproximar o torcedor e aumentar o seu público. Nós crescemos. A torcida do Santos cresceu neste milênio, por títulos e revelações. São receitas importantes. Infelizmente não cativamos essa torcida, não damos uma atenção especial, que é o que pretendo fazer. Sem a Vila, vamos jogar no Pacaembu e em outros estádios pelo país”

Volta de Neymar

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“Eu quero deixar claro pois as vezes tem especulações e eu não gosto de meias verdade. Eu tive um encontro com o pai do Neymar, decorrente de uma reunião que tive com Andres Rueda. O presidente manifestou alguns esclarecimentos relacionados à aproximação do Santos com as empresas do Neymar. O patrocínio master, inclusive, foi por intermédio de uma das empresas do Neymar. Eu quis entender, do pai do Neymar, quais eram os planos e projetos. Vamos buscar alternativas no mercado, não apenas através do pai do Neymar ou suas empresas. Estamos buscando alternativas no mercado, não tenho preferências com empresários. Na minha gestão sempre esteve aberto para aqueles que trazem bons negócios”

“Óbvio que eu tenho uma relação profissional e de respeito com o pai do Neymar. Toda a carreira do jogador foi feita na minha gestão. Existe essa aproximação. Naquele contato que fiz com ele, ele deixou claro que o Neymar estava indo para o futebol árabe. Eu até recomendei que o contrato fosse de dois anos e não quatro. Não existe nenhuma condição que o jogador voltará em dois anos ao Santos. Eu vou trabalhar para que ele volte, não tenha dúvida. Vou apresentar um plano de carreira. Se ele retornar o Brasil, a porta do Santos vai estar aberta e vamos fazer o possível para ele vestir a camisa do Santos de novo”

Marcos Leonardo fica?

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“Eu penso em assumir e delegar ao departamento de futebol a missão de manter os principais jogadores do elenco. Não conheço o contrato existe, não sei se existem cláusulas hoje ou palavras dadas da diretoria. Eu vou demonstrar um plano de trabalho para que ele permaneça no Santos. Vou fazer o possível para que ele esteja no elenco de 2024. Vai depender dessa análise. Mas, pela vontade do Marcelo Teixeira, o Marcos Leonardo permanece no Santos”

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