O clima esquentou com Oposição maior e discurso de Leila: veja como foi a reunião do Conselho que motivou protesto de torcida do Palmeiras

O clima esquentou com Oposição maior e discurso de Leila: veja como foi a reunião do Conselho que motivou protesto de torcida do Palmeiras

Enquanto a torcida protestava do lado de fora, o Palmeiras tinha uma importante reunião do Conselho Deliberativo da porta para dentro no clube social, situado na rua Palestra Itália, em São Paulo. Confira abaixo como foi a sessão, presidida por Alcyr Ramos.

O início foi protocolar, com posse de conselheiros e diplomação de membros beneméritos e vitalícios. Depois, a presidente Leila Pereira — principal alvo das manifestações — pediu para, ao contrário do usual, falar por último na reunião. O requerimento foi aceito.

(Foto: Felipe Leite/Gazeta Press) – Por Gazeta Esportiva
Conforme apurou a Gazeta Esportiva, muitos conselheiros não compareceram à reunião. O número de presentes ficou abaixo das expectativas. No entanto, pôde-se observar um aumento nos opositores: 43 conselheiros, ao contrário dos anteriores 26, assinaram petição pedindo a discussão da relação entre Palmeiras e a linha aérea adquirida por Leila, a Placar, que presta serviço ao Verdão na forma do avião utilizado pela equipe para viagens.

Na sessão comandada por Alcyr Ramos, Luiz Fernando Marrey Moncau, Guilherme Romero, Felipe Giocondo Cristovão, José Corona Neto, Vicente Roberto Criscio, Luiz Osvaldo Pastore, Marcos Vinicius Borin, Tarsis Rafael Silva Travassos Oliveira, Eduardo Rocha Quevedo, Paulo Roberto Buosi (vice-presidente) e a própria Leila Pereira falaram — uns representando a oposição, enquanto outros em nome da situação.

Entre a oposição, a cobrança a promessas descumpridas, a preocupação com o conflito de interesses, a repercussão da entrevista coletiva e a retaliação a críticos foram os principais tópicos; pela situação, discursos de defesa da gestão e exaltação da Crefisa para a história do clube.

O que falou Leila Pereira

Em seu discurso na reunião do Conselho Deliberativo, que durou cerca de 30 minutos, Leila agradeceu pela oportunidade de poder falar aos conselheiros diretamente, sem cortes de entrevistas provenientes da “imprensa que quer difamar a gestão”. A executiva falou sobre a entrevista coletiva que concedeu na Academia de Futebol e negou que tenha falado que o Palmeiras “não existia antes de 2015”, além de pontuar as dificuldades que sente por ser mulher, verdadeira e estar presidindo um clube como o Palmeiras. A mandatária reiterou que só quer contribuir com o clube, agradeceu pelo apoio de conselheiros e associados, falou em honra por comandar o Alviverde e reclamou da reação desproporcional à coletiva, negando ter falado que, se ela sair do Verdão, a equipe volta à segunda divisão.

Leila criticou o oportunismo pela criação de crise, afirmando que a turbulência no futebol favorece tal aspecto. A presidente enalteceu a situação privilegiada do clube palestrino e reiterou a impossibilidade de conquistar “todos os títulos, todos os anos”. Foi aí que a mandatária voltou a defender o diretor de futebol, Anderson Barros, e novamente pediu cuidado com interpretações “criminosas” de sua fala.

Na sequência de seu discurso, a executiva disse “não aguentar mais ouvir falar em conflito de interesses” por diversas vezes — recorrendo até ao Código de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para negá-lo. Sobre o avião, Leila afirmou que, se não fosse presidente, não teria adquirido-o, reiterando que quer colaborar com o clube — por isso, negou a existência de uma contrato, “já que a aeronave é de graça para o Palmeiras”. Leila reconheceu erro em algumas contratações e aprovou tal estilo de crítica, mas que falas sobre conflito de interesses e falta de transparência não serão aceitas — já que os contratos são disponibilizados para o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), ainda que o vazamento de tais acordos para a imprensa seja uma preocupação.

Sobre as retaliações a opositores, Leila negou ser vingativa, mas bateu o pé no discurso de “não deixar ninguém estragar a gestão”. Nesse contexto, a presidente negou prepotência e falou sobre a reforma do parque aquático, que será pago 100% pela Crefisa — que, em contrapartida, terá os ‘naming rights’ do espaço. A mandatária reafirmou que, enquanto for presidente, o Palmeiras nunca será uma SAF.

A Arena Barueri também virou tópico. A executiva revelou que suas empresas pegaram a concessão do estádio por 35 anos e que isso será explorado. Leila negou que vá tirar o Palmeiras do Allianz Parque e reiterou que o lar palestrino é prioridade máxima — porém, enalteceu o fato de que o Verdão não pagará aluguel para usar o gramado de Barueri e falou que o Alviverde passará a contar com dois estádios.

Por fim, sobre preço de ingressos, Leila pontuou que 10% do público presente no Allianz paga o valor ‘cheio’ do ingresso — o restante usufrui de algum tipo de desconto. Na opinião da presidente, 50 reais é um preço popular e, quem não pode pagar, “infelizmente não pode frequentar’ os jogos. A executiva pontuou que torcedores pedem contratações, renovações, ingressos baratos e reiterou que, dessa maneira, “a conta não fecha”. Leila ressaltou a necessidade de receita e afirmou que “discurso populista não paga as contas, o que paga é investimento e dinheiro”. No encerramento do discurso, a executiva disse que é preciso coragem para presidir o Palmeiras e disse não ter medo de nada — e que nada vai tirar o Palmeiras do caminho do sucesso.
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